segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ressignificações...



Saudade de escrever aqui... Às vezes é difícil organizar de maneira compreensível o turbilhão de pensamentos, sensações, experiências.

O que mais quero escrever é que minha relação com a alimentação tem mudado de uma maneira que não imaginei que fosse possível... À medida que vou conhecendo mais sobre as propriedades, benefícios e prejuízos dos alimentos, vou construindo carinho ou reservas.

É bonito como a relação vai se reconstruindo. Não tem sido uma relação compulsiva, embora eu ainda sinta muita fome. Tenho um nódulo grande na tireóide e ele tem produzido muito hormônio, o que deixa o TSH em um nível mais baixo do que o considerado normal. Estou investigando o que pode ser, mas, segundo o endócrino, essa alteração hormonal costuma causar mais fome e as pessoas costumam engordar; não acredito que esse seja o único motivo de eu ter engordado, mas sinto mesmo muita fome. No entanto, ao invés de comer frituras, pizza, tortas e doces, agora eu tenho comido, na maioria das refeições, frutas, aveia, legumes, pão e arroz integral. E tenho lido muito sobre os benefícios e prejuízos que alguns alimentos podem me oferecer... E isso me faz ficar mais receptiva a alguns e mais intolerante a outros.

Há bem pouco tempo não havia santo que me fizesse gostar de aveia, no entanto, descobri que é rica silício e ajuda a reorganizar as fibras de sustentação da pele e prevenir a formação da celulite!(Eita motivação, hein?!). Além disso, por ser fibra, leva mais tempo pra ser digerida e acelera o metabolismo. hoje como satisfeita, sem açúcar, e aprendi a apreciar.

Minha relação também tem mudado com o açúcar. Não consigo mais comer excessivamente depois de descobrir que a digestão e metabolismo da sacarose “gasta” nossas vitaminas do complexo B e minerais como o cálcio. Segundo a nutricionista funcional Fernanda Scheer, excesso de açúcar rouba o cálcio dos ossos! (Vou colocar o link do blog dela abaixo dessa postagem). No blog, Fernanda também escreve sobre o xarope de agave, que é extraído de uma planta mexicana, possui um baixo índice glicêmico, tem sabor neutro como o açúcar e, ao invés da sacarose, possui frutose.

Informações como essas têm me ajudado muito nessa ressignificação dos alimentos, resolvi compartilhar porque talvez ajude também quem ler.

Mas enfim, há tanto ainda o que organizar em mim e no meu cotidiano. Tenho gostado muito de ler sobre alimentação, ando envolvida com a RA, mas não tenho investido no meu desenvolvimento profissional. Tenho de ler alguns livros específicos, publicar alguns artigos e tentar passar num mestrado (Gordinha, você querendo sair dessa loucura e eu entrar!). Sou professora e a minha remuneração está realmente muito baixa, a situação financeira está complicada. Quero muito passar no mestrado (em universidade pública, porque não posso pagar particular) e tentar dar aula em alguma faculdade, mas não estou contribuindo pra que isso aconteça. É difícil decidir mudar e mudar mesmo, não é? Mas quero que essa mudança aconteça e contarei aqui quando ela começar a ser construída.

Por enquanto é isso, vou publicar aqui um texto da Fernanda Scheer que achei importantíssimo.

Um beijo grande às queridas que me lêem!

SERÁ QUE O LEITE É MESMO UMA BOA FONTE DE CÁLCIO?


Finalmente um número grande de estudos vem comprovando o que os médicos e nutricionistas que estudam mais afundo digestão, absorção e alergias alimentares há muito tempo já sabem: o leite de vaca pode ser gostoso e ser uma boa fonte de proteína, mas não pode ser considerado uma boa fonte de cálcio.

Todos sabemos do papel importante que o cálcio tem para os nossos ossos e dentes, mas, além disso, esse minreal têm também se mostrado um importante coadjuvante na perda de peso.
A mídia em muito contribui para fortalecer a idéia de que o consumo diário de leite é essencial para a saúde óssea, e enaltece que consumir muito leite e derivados é saudável para crianças.
Assim, o consumo de laticínios no país é exagerado, atrás de um objetivo que não é real.
Como falei, leite de vaca e derivados são sim boas fontes de proteína, mas os benefícios acabam por aí.

Por ser um grupo de origem animal, traz consigo presença da gordura saturada, que se consumida em excesso pode levar ao aumento de peso entre outros problemas de saúde.
O processo de pasteurização do leite faz com que ele perca a maioria de suas vitaminas.
O de caixinha então nem se fala- o processo para embala-lo chamada-se UHT- Ultra High Temperature - processo industrial que acaba mata as bactérias, mas também com o valor nutricional do alimento.

Além disso tudo, apesar de o leite de vaca e derivados possuirem, na tabela nutricional, valores altos de cálcio, sabe-se (ou melhor, nem todos sabem) que esse leite não é bem biodisponível para o corpo. Isso quer dizer que apesar de teoricamente ser rico em cálcio, esse mineral é pouco absorvido e aproveitado pelo corpo, diferentemente por exemplo do aproveitamento de cálcio de alimentos vegetais como vegetais verde escuros. Dessa forma, mesmo que os vegetais tenham um número mais baixo de cálcio em tabela, na realidade tem uma absoção melhor.

O que importa de verdade, o que a tabela aponta ou o que o seu corpo utiliza?
Sempre digo a todos meus paciente: você não é só o que você come, e sim o que digere, absorve, transporta e excreta.

Se alguém ainda afirma que o leite é uma boa fonte de cálcio, pode ter certeza que essa pessoa está desatualizada.

Sugiro você contribuir para sua atualização com os estudos abaixo:
Uma análise realizada em 58 estudos científicos, publicada no periódico americano Pediatrics, mostra que não há indícios que provem que os produtos lácteos promovam a saúde óssea em crianças e jovens adultos. Esta análise mostra que as evidências nas quais as recomendações de ingestão de produtos lácteos foram baseadas são insuficientes para comprovar tal teoria “, diz Dr. Lanou, autora principal do estudo. “Uma vasta maioria dos estudos examinados não encontrou relação entre laticínios ou ingestão de cálcio e saúde óssea.” Ao contrário, acredita-se que a principal causa de osteoporose seria o consumo excessivo de proteína animal, comum na dieta ocidental. O nível de consumo de lácteos nos Estados Unidos está entre os mais altos do mundo, e ainda assim as taxas de osteoporose e fraturas também estão entre as mais elevadas. Este paradoxo do cálcio “foi um impulso para esta investigação. Nós não encontramos nenhuma evidência para apoiar a noção de que o leite é uma fonte preferencial de cálcio”, concluem os autores.
Um outro estudo realizado pela escola de medicina da Penn State University, nos Estados Unidos, também mostra resultados semelhantes. 80 mulheres, entre 12 e 22 anos, foram acompanhadas ao longo de 10 anos para avaliar o impacto da ingestão de cálcio (através do consumo de leite de vaca), o uso de contraceptivos orais e exercícios físicos na densidade óssea. De acordo com os pesquisadores, somente a atividade física teve um impacto mais positivo na saúde óssea.

Isso sem contar mais 3 fatores:
- o leite é rico em proteína animal, o que por si só, diminui a absorção de cálcio pelo corpo;
- o leite é muito pobre em magnésio, um mineral essencial para a absorção de cálcio pelo corpo (e os vegetais verde escuros tem um ótimo balanço cálcio - magnésio);
- o leite possui uma proteína (caseína) e carboidrato (lactose) de dificil digestão para o nosso corpo (vc com certeza conhece alguém intolerante à lactose) - mais isso é assunto para um outro artigo sobre alergia alimentar, que escreverei com mais calma num outro dia.

O que realmente funciona para aumentar a absorção de cálcio pelo corpo:

Atividade física regular;
Exposição solar (em horários adequados por pelo menos 15 minutos);
Diminuição do consumo de proteína animal;
Fumo.

Hoje em dia tem muitas opções de substitutos para o leite de vaca: de soja, de aveia, de arroz, de amêndoas...
Para terminar, acho importante dizer que nem todas as pessoas tem alergia ou intolerância ao leite e que também não sou contra o consumo de leite de vez em quando, pois sabemos que uma xícara de café com leite tem o seu valor.
O que sou contra é o consumo desenfreado de laticínios por toda população e o incentivo para crianças e gestantes ainda por cima, numa crença que está errada, como se esse grupo fosse realmente uma fonte boa de cálcio.
Esse consumo exagerado pode gerar mais malefícios do que benefícios, e é importante divulgar essa informação.


O link do blog da Fernanda é http://www.fernandascheer.com

3 comentários:

lepo disse...

Oi! Olha, mestrado é uma bosta! Não entra nessa roubada não! É cilada, Bino!

Brincadeiras a parte, tem profissão que pede mestrado. Tem profissão que pede MBI. E tem profissão que pede cursos de especialização.

Se o mestrado tecnológico no brasil fosse mais voltado pra realidade e saísse um pouco do mundo empoeirado da universidade, talvez ele fizesse mais sentido!

Agora, essa da açúcar roubar vitaminas eu não sabia! Muito interessante! (deve ser por isso que não é bom comer açúcar quando se está doente e fraquinho, ehehehe)

Ah, sobre ser difícil de organizar o turbilhão de pensamentos. Olha, vou dizer que se eu fosse escrever cada tema de postagem que me vem na cabeça eu já estaria no post numero um milhão! Principalemnte no busão... Ainda bem que não tenho nenhum acessório móvel! Isso evita bobageiras.

Mil beijos

vyvytex disse...

Oi Gê, olha eu aqui! Pois é, esse negócio de comer alimentos que não gostamos muito, mas q temos q comer pq nos fazem bem, é fogo! Mas é tudo questão de hábito. Minha mami está com intolerância a insulina e resolvi acompanhá-la nos sucos sem açúcar (só pra começar a pisar no freio no açúcar da minha alimentação). No início foi difícil, mas hoje o que está sendo difícil é beber suco adoçado e suco artificial!

A questão do leite tb é bastante interessante, e me deixou aliviada. Tenho intolerância a lactose e ficava sempre preocupada com a quantidade de cálcio na minha alimentação, achando que estava consumindo pouco cálcio por conta de não beber leite. Como disse a gastro, o ser humano é o único mamífero que continua bebendo leite mesmo depois de adulto, então... realmente não deve ser tão necessário assim.

Vou indo!
Bjos

disse...

Eu adoro essa expressão: ressignificar. Dar novo sentido, buscar novas interpretações, mudar a atiude frente a algo que nos incomoda ou precisamos conhecer melhor. Neurolinguística pura, rsrs.
Bjs e ótima semana.